Rosas de todo o ano

Hoje apeteceu-me brincar com " rosas ".
São flores fantásticas quer nas cores quer nos aromas e, segundo creio, podemos observá-las durante todas as épocas do ano.
Apeteceu-me brincar, ainda, com uma lenda que corre na tradição portuguesa e que tem como personagens principais o rei D. Dinis e a rainha Santa Isabel.
Se foi verdade aquilo que aconteceu...foi um autêntico milagre :- " O Milagre das Rosas ".

O meu Alentejo

" Alentejo não tem sombra

Senão a que vem do céu.

Abriga-te aqui menina

Debaixo do meu chapéu."

( C. popular)

Aqui, neste brasido estival, vive um povo feliz, trabalhador e genuinamente português.

Nesta planura, onde o horizonte se perde de vista, o alentejano sabe sentir e gozar o multi-colorido das paisagens, cujas variações ao longo do ano são um autêntico hino ao amor pela terra e um regalo para os olhos e para o espírito.

Ai que saudades, Deus meu! ... das manhãs quando o restolho orvalhado emana odores inebriantes para quem vive o campo;

Ai que saudades, Deus meu! ... das searas verdejantes que na Primavera ondulam ao sabor da leve brisa, parecendo ondas suaves batendo numa praia acolhedora;

Ai que saudades, Deus meu! ... das tradições seculares que deram vida a esta gente e mostraram sempre os seus sentimentos provocados por uma estreita simbiose entre o Homem e a Natureza;

Ai que saudades, Deus meu! ... do cheiro que uma miríade de plantas e flores inunda o ar, atingindo o mais recôndito da alma dos que aqui vivem e aqui labutam;

Ai que saudades, Deus meu! ...do Natal vivido em família; da Páscoa passada no campo; dos passeios de Verão ao pôr do sol, esse sol que parece fogo,que tinge o céu de vermelho intenso e único e que tisna os rostos;dos sabores da cozinha tradicional onde os aromas das "ervas" condimentam e aguçam o apetite; da paz e calma que a imensidão da paisagem incute nas suas gentes...

Alentejo de gente simples mas culta de "saber" de experiência feito, de poetas e sonhadores, de mulheres e homens incógnitos mas de "alma" maior do que o Mundo;

Alentejo de heróis, de conquistadores e descobridores que sempre se souberam aventurar, vogando na vastidão dos seus horizontes.

Foi aqui que vi a luz do dia pela primeira vez.É aqui que vivo e será aqui , certamente, que os meus olhos fecharão para sempre sob o esbater suave dos raios de sol de uma tarde de Verão ou sob a luz incandescente de uma noite de luar de Agosto

Assim espero, com a calma única e própria de ser alentejano.

Elvas, uma paixão.

Os meus lugares preferidos IX

Valeu a pena ? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

( F.Pessoa in Mensagem )

E...foi dos promotórios da costa Vicentina que o Infante mandou partir as caravelas à descoberta de novos Mundos.

Os portugueses, levados por uma alma maior do que o medo pelos perigos do desconhecido, partiram em caravelas como a réplica da original Bartolomeu Dias, sonharam ultrapassar os abismos e " Adamastores" e contruíram um marco ímpar na história da Humanidade.

O "sonho comanda a vida"... por isso prefiro sonhar e acreditar que Portugal continuará a ser grande no contexto das nações.

Os meus lugares preferidos VIII

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal !

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram !

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar !

( F. Pessoa, in Mensagem )

E foi daqui, foi das praias de LAGOS, que os portugueses demandaram outros Mundos e se tornaram pioneiros na saga dos descobrimentos.

Elvas que me apaixona. II

Numa tarde de Setembro fui à varanda de minha casa e fiquei maravilhado!

Vi o Aqueduto da Amoreira rodeado de fogo. Um fogo natural de um entardecer em todo o seu esplendor.

Fiquei impressionado e não pude deixar de registar esse momento. É assim a nossa cidade quando a vemos com os olhos do coração.

Gente que eu admiro II

Chama-se Manuel, mais conhecido por Manel do Roque porque nasceu numa pequena aldeia da Beira Alta chamada Roque, concelho de Pinhel.

Tem setenta e tal anos e ainda cuida das suas terras como se fosse um jovem; é muito prestável para com todos e desempenha as funções de "sacristão" na aldeia onde vive e dá gosto vê-lo com a sua Maria dos Anjos-mulher- sentados na soleira da porta gozando o fresco do entardecer.

Conta histórias e peripécias da sua juventude que são um regalo.

Bem haja pelo amizade que me dedica.

Amigos da farra III

Diferentes gerações, excelentes amigos preparando-se para um jogo de "sueca".

Aconteceu à beira do rio Douro em casa de outro amigo da farra -o Vieira- que nos presenteou com umas excelentes "tripas à moda do Porto".

Ele dormitava numa cadeira de baloiço. Não quis acordá-lo para ficar no "boneco".

Que dia bem passado !

Os meus lugares preferidos VII

"O Alentejo charneca? O Alentejo árido e sem poesia?

A quanto leva a ignorância dos Homens!

Vinde a Castelo de Vide admirar o verde das suas nogueiras e dos seus castanheiros;

subi ao Castelo e observai o enorme panorama que dali se disfruta, sem dúvida o mais

estupendo, o mais formidável, o mais atraente."

(Pedro Muralha)

Eu, digo mais.

Subam à ermida de Nossa Senhora da Penha e usufruam da beleza do casario e dos

campos verdejantes que envolvem a " Sintra do Alentejo ".

Aí, o pensamento cria asas e a paz inebria-nos.

Os meus lugares preferidos VI

Casario de Elvas, desta Elvas que me apaixona !

Vista geral sobre uma das zonas mais históricas da cidade.

Nesta imagem, tirada do miradouro do Castelo, podemos ver

as torres das igrejas dos Terceiros e de São Pedro e,ainda,

parte das muralhas que circudam este burgo milenar.

Ao longe, passadas as ricas planícies que bordejam o rio

Caia, temos terras de Espanha.Badajoz fica mesmo aqui ao lado.

Assim diz o cantor: " Ó Elvas, ó Elvas...Badajoz à vista ".

Os meus lugares preferidos V

Entre Freixedas e a Guarda podemos apreciar o nascer do sol como em poucos lugares do nosso País.Para isso, basta que nos levantemos cedo e, para registar esse momento, tenhamos uma máquina ao nosso alcance.

Eram seis horas da manhã. A estrada e o céu pareciam estar a arder. Foi espectacular!

Elvas que me apaixona. I

Visão do Forte da Graça através de um arco

do Aqueduto d'Amoreira.

Meus lugares preferidos IV

Elvas, cidade monumental.

Uma panorâmica do seu ex-libris :- " O Aqueduto d' Amoreira".

"O aqueduto levou cem anos a fazer.

Durante um século, seis gerações contribuíram real a real,

para custear a obra, até que, em certo dia, quando a erva

crescera muitas vezes sobre as ossadas dos que tinham

iniciado a construção, a água começou enfim a correr na cidade,

para os netos dos netos daqueles que a tinham ido buscar".

( Ramalho Ortigão, in Farpas )

Alguns dados :- 7054 m/comprimento

-1113 m /zona imponente dos arcos

-4 ordens de arcos com 31 m de altura

-843 arcos em toda a sua extensão

-a água correu pela 1ª vez na fonte do

Largo da Misericórdia em 1662

-obra do arquitecto Francisco Arruda

E, nessa data longínqua de 1662, o sonho de um Povo

fez-se realidade.

Agora está praticamente desactivado mas continua e

continuará,por mais séculos, a ser o maior motivo de

orgulho de todos os elvenses.

Os meus lugares preferidos III

Cidade milenar, onde se cruzaram diferentes civilizações, situada no Alto Alentejo e de uma riqueza única em património, gentes e tradições, ELVAS acolheu-me há mais de quarenta anos e foi o berço onde nasceram os meus filhos.

Elvas, cidade que me adoptou e que eu adoptei como se aqui tivesse nascido.

Com recantos de uma beleza extraordinária conserva o sabor de séculos passados e os aliciantes de uma cidade do século XXI, onde todos os que aqui vivem se sentem acolhidos e os seus visitantes se sente como se em sua casa estivessem.

Se o engenho mo permitir, tentarei prestar-lhe a minha gratidão divulgando o que possui de bom e tentarei, também, divulgar a sua História, as suas gentes, as tradições e aquilo que torna este burgo num local único no panorama alentejano e nacional.

ELVAS, rainha da fronteira, guarda avançada da defesa da nossa nacionalidade será sempre, para mim, um dos meus lugares preferidos.

Os meus lugares preferidos II

Aconteceu e eu vi.

A aldeia, de um momento para o outro, ficou coberta de neve.

Que maravilha! Que maravilha para alguém, como eu, que raramente

vê esse espectáculo.

Brinquei com a neve, captei muitíssimas imagens e fiz como o poeta

Augusto Gil:- pus-me atrás da vidraça e gozei aqueles momentos.

E...o poema surgiu imediatamente na minha mente.

Batem leve,levemente,

Como quem chama por mim...

Aconteceu e eu vi.

Amigos da farra II

É o António.

Homem simples, calejado por uma vida de muito trabalho, ainda conserva a vitalidade de jovem.

Apesar dos seus sessenta e tais anos, ainda cuida daquilo que é seu e adquirido com suor e com o trabalho de alguns anos passados em França.

É com carinho que trata das suas vinhas e, também, é com enormes cuidados que confecciona o seu "tinto" e a sua jeropiga.

E de quaisquer destes produtos gosta de dar a provar aos amigos na sua adega.

Para ele vai o meu reconhecimento e o meu obrigado pele consideração que me dispensa.

Gente que eu admiro I

Chama-se Alexandrina e tem 93 anos.
É beirã e sempre trabalhou as terras que os seus
lhe deixaram.Criou os filhos, a pulso único dos seus
braços,pois ficou viúva com a mais nova dentro do
ventre.
Mulher de fibra,de uma religiosidade sem par,foi
sempre um exemplo de dignidade para quantos
consigo lidaram e ainda lidam.
Na aldeia onde vive todos a respeitam e a tratam
carinhosamente por " Tia Alexandrina ".

A minha simples mas justa homenagem.

Os meus lugares preferidos I

É uma aldeia tipicamente beirã.

Situada a poucos quilómetros da Freguesia de Freixedas - Pinhel, esta aldeia conserva, ainda,muitas tradições genuinamente portuguesas e mantém um razoável casario construído com blocos enormes de granito.

Terra de vinhedos por excelência, de antigos campos de centeio e de uma agricultura bastante considerável continua a ser o "lar" privilegiado para algumas famílias e para os seus trinta e tal residentes.

Chama-se ESPEDRADA e a sua memória histórica remonta a muitos séculos atrás.A atestar esta afirmação a sua referência em documentos antigos e, também, os inúmeros resquícios históricos que podemos encontrar nos arredores da aldeia.

Um aspecto que muito me surpreendeu foi o "amor" dos seus filhos pela terra que os viu nascer e a cordialidade com que sabem receber qualquer visitante.

Alfobre de gente simples mas com formação superior formam um conjunto de verdadeiros amigos onde a solidariedade não é palavra vã.

Aqui passo largas temporadas e aqui consegui angariar muitos e verdadeiros amigos.Aqui recuperei,dentro do tradicional, um bom espaço legado pela pai da minha mulher, espaço que, a pouco e pouco, tento apetrechar com algumas alfaias oferecidas por amigos e familiares.

Para as suas gentes a minha sincera homenagem e, como por cá dizem, o meu Bem Haja.

Amigos da farra I

São muitos! Muitos, bons e muito mais velhos do que eu.

Aqui fica o patriarca.Chama-se Zé Fona, tem 86 anos e ainda gosta imenso de cuidar da sua horta.Beirão de gema, daqueles que mais vale quebrar do que torcer, é muito querido por todos os que com ele convivem.

E que dizer dos bons petiscos que nos dá e da " pinga " que ele próprio faz ?

A minha singela homenagem.

Objectivos

Este blog servirá, mais do que tudo, como um passatempo para quem o elabora.

Um passatempo que se deseja agradável para si e para os que possivelmente venham a visitá-lo.

Nele mostraremos as suas fotografias e, ainda,divulgaremos pequenos textos que versarão assuntos do seu quotidiano ou que lhe possam merecer alguma opinião.